Tuesday, July 31, 2018

Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos fazem turnê celebrando Legião

Eles mostrarão ao vivo o segundo e o terceiro discos da Legião, "Dois" (1986) e "Que País É Este" (1987)
   
Depois de mais de uma centena de shows entre 2015 e 2017, na turnê "Legião Urbana XXX Anos", comemorativa do lançamento do primeiro e homônimo álbum da banda, o baterista Marcelo Bonfá e o guitarrista Dado Villa-Lobos voltam à estrada em setembro. Eles mostrarão ao vivo o segundo e o terceiro discos da Legião, "Dois" (1986) e "Que País É Este" (1987). Como aconteceu em 2015, André Frateschi assume o vocal. Para os integrantes originais, ele ganhou os fãs ao não tentar reproduzir o jeito de cantar de Renato Russo, cantor e compositor da Legião, morto em 1996.


"O André é especial, um cara muito rock and roll, tem um estilo. E a gente o conhecia desde menino, porque tocamos em algumas apresentações da peça 'Feliz Ano Velho', nos anos 1980, e a mãe dele, Denise Del Vecchio, trabalhava nela e levava junto o André", conta Dado.

Completam a banda no palco Lucas Vasconcellos (guitarra e violão), Roberto Pollo (teclados) e Mauro Berman (baixo). As apresentações vão ter todas as faixas dos dois álbuns, mas não tocadas na exata ordem do vinil.

Haverá surpresas no complemento do show? "Anitta, talvez?", brinca Bonfá. "Alguma coisa forte no bis", antecipa Dado. "Algo bem lado A da Legião, impactante, para encerrar o show lá em cima."

Nesta terça (31), no Rio, a dupla anunciou a agenda inicial da turnê, já com oito shows. Nos dias 6 e 7 de setembro, fazem um "esquenta" internacional em Miami, no Faena Theater. A abertura oficial está marcada para o dia 14 do mesmo mês, em Santos. Em São Paulo, o show será em 5 de outubro, no Espaço das Américas.

A turnê que resgatou o primeiro álbum também começou com poucas datas, mas a grande aceitação foi ampliando a agenda. O mesmo deve acontecer agora. É curioso que nos anos 1980, quando se consolidou como o principal grupo do rock brasileiro, a banda nunca fez grandes turnês como essa.

"Uma das razões pelas quais nunca fizemos tantos shows antes é o Renato Russo, que era um cara complicado para sair de casa e subir num palco", diz Dado. "Era difícil administrar, cumprir os cronogramas. Um show era genial; o outro, um caos."

Depois de "Dois" e "Que País É Este", a Legião gravaria mais quatro álbuns de estúdio, até a morte do cantor. A intenção é levar para a estrada a retomada desses outros trabalhos, num futuro próximo. "Somos músicos, é isso que gostamos de fazer", diz Dado.

O filho de Renato, Giuliano Manfredini, tem procurado impedir a dupla de usar o nome Legião Urbana. "A gente nem procura mais falar disso. Tem advogado para cuidar dessa história, e as decisões na Justiça vão saindo. A gente quer é tocar", afirma Bonfá.

Dado ressalta as diferenças entre os discos. "O 'Dois' foi muito importante para nós, foi uma afirmação da banda e trouxe muitos sucessos", conta o guitarrista, listando "Índios", "Tempo Perdido", "Andrea Doria" e o megahit "Eduardo e Mônica".

"Já o 'Que País É Esse' a gente juntou com o anterior nessa turnê porque não sei se merecia um show só para ele", dispara Bonfá. "A gente até tentou fazer ali um terceiro álbum, algo mais completo", segue Dado, "mas, apesar de inéditas em disco, as músicas já eram velhas para nós. Eram coisas do Aborto Elétrico", citando a banda que Renato Russo teve antes da Legião.

Apesar da extensa e celebrada "Faroeste Caboclo", um dos pilares do culto ao grupo, os dois lembram que foi até difícil completar esse disco de canções retiradas do baú adolescente de Renato. "Aí entraram duas inéditas mesmo, 'Angra dos Reis' e 'Mais do Mesmo'."

A dupla acredita na perenidade do repertório. "Falam de amor, da condição humana. O segredo do conteúdo delas é que são canções que entram pelos dois ouvidos e caem no coração, no espírito. Ainda tem esse apelo", diz Dado.

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